Peça contará com uma sessão nesta quinta-feira (30) na Estação Cultural
O Governo Federal, o Ministério da Cultura, o Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa através da Lei Paulo Gustavo apresentam o premiado espetáculo infantil “Bisa Bia, Bisa Bel” na Estação Cultural no centro de Ipiabas, Barra do Piraí, nesta quinta-feira, dia 30, às 18h, com entrada franca.
Sucesso de público e crítica, o espetáculo “Bisa Bia, Bisa Bel” comemora o décimo ano de carreira, desde a sua estreia em 2014, e os sete prêmios recebidos, incluindo o de “melhor espetáculo do ano”, nas duas principais premiações em sua temporada inicial. A apresentação faz parte do projeto “Circulação Estadual – NOSSA VOZ!” que levará a várias cidades do estado do Rio espetáculos que abordam como temas como questões de gênero, homofobia, racismo; envolvendo os Direitos Humanos, e visando reforçar a necessidade de darmos voz a grupos que são discriminados historicamente, projeto idealizado pelo produtor e ator Alexandre Mofati. O espetáculo se apresenta pela primeira vez na cidade de Barra do Piraí, com sessão sexta-feira 30 de maio, no meio do feriadão de Corpus Christi.
O premiado livro infanto-juvenil de Ana Maria Machado ganhou os palcos em 2014, como um musical acústico, sob a direção e adaptação de Joana Lebreiro; e recebeu sete prêmios de teatro infantil. Escrito em 1981, o livro é considerado um dos dez livros infantis mais importantes do país, com mais de 500.000 exemplares vendidos. A autora recebeu muitos prêmios, entre eles o “Hans Christian Andersen”, considerado o Nobel da Literatura Infantil e Juvenil.
O espetáculo
O espetáculo tem como ponto de partida um grupo de cinco crianças, que juntas, lêem o clássico de Ana Maria Machado. A partir daí, o livro ganha vida no palco através de canções e jogos, onde os amigos brincam e interpretam os personagens. Em “Bisa Bia, Bisa Bel”, a autora nos conduz pela história da menina Isabel que, no convívio imaginário com sua bisavó e sua bisneta, vai aprendendo a conviver consigo mesma, em sua travessia para a puberdade. Ela encontra o retrato de sua bisavó, Beatriz, e começa a ouvir a voz de Bisa Bia que a acompanha sempre dando conselhos, com suas opiniões sobre as atitudes de uma mocinha bonita e “bem-comportada”, além de aguçar sua curiosidade pelas coisas de antigamente.
Em contraponto, surge a voz de sua futura bisneta Beta, ainda não nascida, com a visão de uma mulher do futuro e independente. Na fantasia de Isabel, essas vozes se confrontam e a menina mergulha na memória de sua família, buscando sua identidade, e acaba descobrindo por si mesma que as três – Isabel, Bisa Bia e Neta Beta – juntas são invencíveis. Com uma mistura do real com o imaginário, a narrativa aborda questões como memória e identidade, revelando diferentes concepções sobre o papel da mulher ao longo da
História
“Esse livro marcou a minha infância. Ele conta uma história emocionante com humor, poesia e lirismo. Quando pensei em adaptá-lo para o teatro, não queria que a montagem fosse uma tradução literal do livro, mas uma verdadeira brincadeira em cima do palco. Meu objetivo é despertar nas crianças e nos pais o desejo de ler o livro depois de sair do teatro”, explica a diretora e adaptadora Joana Lebreiro.
“Quando escrevi Bisa Bia, Bisa Bel estava com muita saudade das minhas avós. Vontade de falar sobre elas com meus dois filhos. Não imaginava que pouco depois ia ter uma filha e essa linhagem feminina ainda ia ficar mais significativa para mim e que este livro fosse ganhar tantos prêmios e tocar tanto os leitores”, conclui a autora Ana Maria Machado.
Histórico
O musical fez várias temporadas bem-sucedidas na cidade Rio: nos Teatros Gláucio Gill (Copacabana) e Cândido Mendes (Ipanema) em 2014, no Teatro Sesc Ginástico (centro) em 2015, e na Cidade das Artes (Barra) em 2016, além de ter percorrido as arenas culturais da cidade do Rio, e várias cidades do estado do Rio. Em 2017 fez curta temporada no Espaço Furnas Cultural, em outubro, com lotação esgotada em todas as sessões. Em 2018 apresentou-se na Caixa Cultural Curitiba. Em 2019 fez duas sessões especiais no teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea, e em 2022 fez temporadas no Espaço Tápias (Barra da Tijuca) e no teatro Laura Alvim (Ipanema). A equipe responsável por esta empreitada já acumula, há mais de 15 anos realizações de peso no teatro infanto-juvenil carioca.
Prêmios da montagem
•Prêmio CBTIJ:
Melhor Espetáculo de 2014,
Melhor direção (Joana Lebreiro), Melhor texto adaptado (Joana Lebreiro), Melhor Coletivo de Atores e Atrizes.
•Prêmio ZilkaSallaberry:
Melhor Espetáculo de 2014,
Melhor texto/adaptação (Joana Lebreiro),
Melhor direção musical e arranjos (Marcelo Rezende)
Texto de Joana Lebreiro – Diretora e adaptadora:
“A ideia de fazer este espetáculo remonta à minha própria infância, quando me encantei com o texto de Ana Maria Machado. Perdi a conta de quantas vezes reli o livro e me peguei pensando em Isabel, Bisa Bia e Neta Beta. A verdade é que este livro marcou e caminhou comigo todos esses anos, guardado em um lugar especial dentro da minha memória. Depois dele, sempre que via fotos de meus avós e bisavós, imaginava como seria se eu pudesse conversar com eles, ouvir seus pontos de vista e também saber o que estavam pensando ou sentindo no momento mesmo em que as fotografias haviam sido tiradas. E sentia então uma ponta de inveja de nossa protagonista Isabel, pela oportunidade única que ela teve. Aliás, sinto até hoje. A vida seguiu e o teatro me encontrou – ou eu o encontrei. E o tema da memória continuou me fascinando. A paixão por este tema também me acompanhou na vida acadêmica e enveredei por um mestrado em memória social onde trabalhei com histórias de vida de velhos moradores de Copacabana. E praticamente todos os espetáculos de teatro adulto que dirigi tocavam de algum modo nas relações entre memória individual e memória coletiva, bem como as passagens do tempo, encontros entre passado e presente, as histórias de vida.
Há alguns anos, desde o nascimento de meu filho, passei a voltar meus olhos para o universo infantil.E uma das primeiras vontades que tive foi a de dirigir uma adaptação da história de Bisa Bia, Bisa Bel para o teatro – uma ótima oportunidade de se trabalhar o tema da memória para crianças. Depois da vontade, chegou a hora de arrumar os parceiros. E foi tarefa fácil, todos igualmente apaixonados pelo projeto – fãs antigos de nossas personagens.”
Ana Maria Machado & o livro “Bisa Bia, Bisa Bel”
Ana Maria Machado lecionou Língua Portuguesa na Sorbonne, França, trabalhou no JB e na Rádio JB. As histórias que ela publicava em revistas passaram a sair em livros em 1976.Ganhou o prêmio João de Barro por “História Meio ao Contrário”, em 1977. Escreveu muitos livros e ganhou muitos prêmios. Dois anos depois, ela abriu a Livraria Malasartes com a ideia de ser um espaço para as crianças poderem ler e encontrar bons livros.
A partir de 1980, dedicou-se a escrever seus livros. Com mais de 100 livros publicados no Brasil e em mais de dezoito países, somando mais de dezoito milhões de exemplares vendidos. Os prêmios conquistados ao longo da carreira de escritora são tantos que ela já perdeu a conta. Em 1993, tornou-se hors-concours dos prêmios da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Finalmente, a coroação: em 2000: ganhou o prêmio Hans Christian Andersen, considerado o prêmio Nobel da literatura infantil mundial.
Em 2001, a ABL lhe deu o maior prêmio literário nacional, o Machado de Assis, pelo conjunto da obra. Em 2003, foi eleita para ocupar a cadeira número 1 da Academia Brasileira de Letras, substituindo o Dr. Evandro Lins e Silva. Pela primeira vez, um autor com uma obra significativa para o público infantil havia sido escolhido para a Academia.Ocupou interinamente a presidência da Academia Brasileira de Letras, em 2012, na qualidade de secretária geral da instituição, substituindo Marcos Vinicius Vilaça. Em 2013 foi reeleita, por unanimidade, para a presidência da ABL.
Bisa Bia, Bisa Bel foi escrito em 1981 e no mesmo ano ganhou o Prêmio Crefisul. Seguiram-se os prêmios: Melhor Livro Infantil do Ano APCA; Melhor livro juvenil da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil;
Lista de Honra, IBBY (International Board on Books for Young People); Prêmio Jabuti, Câmara Brasileira do Livro; Melhor livro infantil do Biênio na Bienal de São Paulo; Os 40 Livros Essenciais, Nova Escola; Americas Award for Children’s and Young Adult Literature, Consortium of Latin American Studies Programs (CLASP).
Ficha Técnica
Texto: Ana Maria Machado
Direção e adaptação: Joana Lebreiro
Elenco: Viviana Rocha / Raquel Penner / Laura Becker / João Lucas Romero / Diego de Abreu
Músicas: Marcelo Rezende e Joana Lebreiro
Direção musical e Preparação Vocal: Marcelo Rezende
Direção de Movimento: Nathalia Mello
Cenário: Carlos Alberto Nunes
Figurino: Mauro Leite
Iluminação: Aurélio de Simoni
Programação Visual: Miguel Carvalho
Assistente de produção: Mayara Voltolini
Produção: Alexandre Mofati e Maria Alice Silvério
Direção de Produção e idealização do projeto de circulação: Alexandre Mofati
Realização: Ofício Produções Ltda / Projeto “Circulação Estadual – NOSSA VOZ!”